16.2.08

For an Angel




Por vezes a porta abre-se, outras não...
O corredor é longo e por isso espera-se grande, a casa, mas ao chegar a desilusão veste-se da sua própria côr quando encontra um espaço sem espaço para a dança das emoções ou o ar que o amor pede.
E embriagados naquele canto, dizem: " é bom este espaço, não achas? eu e o teu pai não nos cansamos de cá estar....".
Volto costas sem antes a verdade me saltar da boca, volto costas porque a verdade os incomoda como sempre e não faço fretes...
Porque a verdade do ser é só uma. Raramente me lembro da casa ...
Depois vi-te pela primeira vez, estavas sentada na tua cadeirinha de sempre, disseram-me.
Estás á espreita de mim porque nunca me viste e não sabes se podes confiar, mas sabes vou te contar uma coisa ... temos algo em comum sem o saberes, sem ainda teres a maturidade para o perceber...
é que ambas dé-mos o corte umbilical de uma forma drástica, eu porque queria viver e tu sem o quereres ... estás agora a aprender a aceitar...
sabes... porque quando não se é crescido nos custa muito aceitar e entender o voo de alguém que nos sabe olhar e porque sei que hoje chove e não tens quem te aqueça ... sou eu que te deito...
sou eu que te aconchego nos lençois ...
sou eu que te peço para me contares como foi o teu dia , que te peço que me cantes a nova canção da aprendeste na escolinha...
podes-me contar os teus segredos ... estou aqui ... hoje sou eu que te embalo ao som do quentinho ...
e canto-te :

" o meu menino é de ouro
é de ouro o meu menino
não façam nada que é pequenino ..."

dorme meu anjo...
ela não se esqueçe ...
estará algures a olhar por ti ...


foto Olhares.com
canção: Zeca Afonso

2 comentários :

Angell disse...

Estas tuas palavras li e tornei a lê-as várias vezes...

Desejo que encontres o que precisas e queres!

Estou aqui para te dar força!

Um abraço e um bj!

rv disse...

obridada Angell, muito obrigada pela amizade e compreensão,

um abraço forte, bjs