15.7.08

Torturas


Filipa Laranjeira

« ...
nada mudou,
talvez só as maneiras, a dança, as cerimónias.
O gesto da mão protegendo a cabeça
permanece o mesmo todavia.
O corpo enrosca-se, arranha-se e arranca-se
cai das pernas cortadas, encolhe os joelhos,
arroxeia, incha,baba-se e sangra.

Nada mudou,
fora o curso do rio,
a linha das florestas, da costa, desertos e glaciares.
Entre paisagens assim se desfia a alma,
desaparece e volta, aproxima-se e parte,
estranha para si própria, inabarcável,
certa uma vez e logo incerta de existir,
enquanto o corpo está e não está,
e não tem lugar para onde ir.»

Wislawa Szymborska
( um prémio nobel da literatura que estou a gostar muito de conhecer)

6 comentários :

a ana do 2º esquerdo disse...

bomdiabomdia!!
é assim tudo não é?, como alma. incerta.

rv disse...

bom dia, e boa disposição,

tem dias sim, m o pior é deixo de ter paciência p mim própria, enfim isto passa já,

bjs

Smile disse...

Por vezes a alma está onde o corpo desejaria de estar.
Well… aproveito para desejar um bom regresso a Lisboa e umas óptimas férias.
Bjs

rv disse...

smile,

é isso sim,

obrigada, espero q tb as tuas sejam proveitosas,

bjs

Orange disse...

Passeava na blogosfera quando me deparo com as tuas palavras...e uma imagem minha!

Combinação perfeita, masi pelas palavras, claro!

Porque estou onde por vezes existo...

bjnhs

Filipa Larangeira

rv disse...

Filipa,

bem-vinda e obrigada pela simpatia;
o teu trabalho é bom e acredita q mal vi esta foto senti q pertencia ao poema da escritora mencionada.
desejo q continues o bom trabalho e sucesso, mt,

bjs